Por meio da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (Sicm), entre 2007 e este ano, o governo da Bahia assinou 552 protocolos de intenções e implantou 326 novas empresas, sendo que destas 61 estão em ampliação e modernização, aumentando a oferta de empregos para 41 mil postos de trabalho. Hoje, estão em implantação mais 206 indústrias, e mais 24 ampliações e modernizações em 54 municípios, com investimentos de R$ 22,6 bilhões e previsão de gerar mais 35 mil empregos.
“O governo da Bahia incentivou o empresariado a explorar o potencial do interior do estado. A dinamização da economia no interior tem mostrado o acerto da política de descentralização econômica promovida pelos governos federal e estadual. Entre outros resultados, temos o aumento do poder de consumo das classes C e D, a melhoria da qualidade de vida e a geração de mais emprego e renda. O número de empresas novas no interior do estado passou de 50%, enquanto na Região Metropolitana de Salvador o crescimento foi de apenas 8%”, afirmou o secretário James Correia.
Depois de mais de uma década inativo, o governo da Bahia promoveu a reativação do Conselho de Desenvolvimento Industrial (CDI). “A ação do governo é muito importante para a formulação de políticas públicas e mobilização dos agentes do desenvolvimento da Bahia. Este tripé – iniciativa privada, governo e academia – é quem sempre impulsionou no mundo inteiro todo o processo de desenvolvimento econômico”, disse o coordenador da Câmara Transversal de Tecnologia e Inovação, Vinícius Teixeira Moura Santos.
As mais de 300 mil microempresas baianas também foram beneficiadas com a regulamentação da Lei Geral Estadual 11.619/2009 das Microempresas e a instalação do Fórum Permanente Estadual das Microempresas, a fim de criar uma política pública para a micro e a pequena empresa.
Um marco importante desta gestão foi a assinatura do acordo com a Braskem para a devolução dos créditos do ICMS, no valor de R$ 640 milhões, proporcionando que novos investimentos fossem feitos no Polo Industrial de Camaçari. “Quando uma empresa do porte da Braskem realiza um acordo para garantir recuperação de crédito, coisa que pedimos há muitos anos, isso repercute sobre todos os empresários e cria uma cadeia de segurança que torna este ato ainda mais importante do que o valor monetário dele em si”, explicou o então presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Victor Ventin.
Geração de novos empregos
No setor automobilístico, destaque para a disposição da Ford em injetar, entre 2011 e 2015, R$ 2,8 bilhões na sua planta industrial de Camaçari, gerando mil novos empregos diretos e permitindo o aumento da capacidade de produção da fábrica de 250 mil para 300 mil veículos/ano.
Já no de energia, a Bahia tem protocolos assinados com 17 empresas ligadas ao setor eólico, com investimento total de R$ 20,2 bilhões e previsão de gerar 1.600 novos postos de trabalho.
O investimento de R$ 100 milhões da espanhola Gamesa – líder mundial na produção e instalação de turbinas eólicas, com fábricas na China, EUA, Índia e Europa – em uma unidade no Polo de Camaçari confirma o grande boom da energia eólica (gerada através do vento) na Bahia. A fábrica vai empregar 100 pessoas na produção de hubs e montagem de nacelles para geradores eólicos. Outra é a Alstom, também fabricante de aerogeradores, que está investindo R$ 50 milhões na unidade industrial de Camaçari.
O extremo sul da Bahia se destaca como novo polo sulcroalcooleiro, com investimentos de cerca de R$ 550 milhões destinados à produção anual de 224 milhões de litros de etanol e açúcar das usinas Ibirálcool e a União Industrial Açucareira (Unial). Juntas, vão levar mais desenvolvimento e oportunidades para a região, além de gerar 3.600 empregos diretos nos primeiros quatro anos de operação.
No setor de bebidas, a Schincariol, maior companhia de bebidas do país com capital 100% nacional, anunciou investimentos de R$ 400 milhões na Bahia. O valor será aplicado até 2011, garantindo 800 novos postos de trabalho no estado. A Ajegroup, uma das maiores empresas de bebidas não-alcoólicas da América Latina, está investindo R$ 25 milhões na implantação da fábrica em Alagoinhas, que vai gerar mil empregos diretos.
A indústria têxtil contou com a ampliação da fábrica da Trifil em Itabuna, que investiu R$ 23 milhões e vai gerar 500 novos empregos diretos e 2.500 indiretos para a região sul da Bahia. Já o Grupo Dass, fabricante de calçados esportivos, solados de borracha e roupas esportivas de marcas como Nike, Adidas, Oakley e Kappa, está investindo nas unidades da Bahia R$ 30 milhões, que vão gerar 2.100 empregos diretos em Vitória da Conquista.
E já está em operação no Polo Industrial de Camaçari a Dax Oil, primeira refinaria de petróleo privada na Bahia e a terceira do país. Com investimentos de R$ 20 milhões e desenvolvida em parceria com a Universidade Federal da Bahia (Ufba), a Dax vai gerar, em plena operação, 100 empregos diretos e processar 2.500 barris de petróleo/dia. Desde 2005, a empresa já produz solventes.
Indústria naval e portuária
A reativação da indústria naval e portuária baiana foi consolidada a partir dos projetos desenvolvidos pela Secretaria Extraordinária da Indústria Naval e Portuária (Seinp), criada há um ano.
O Estaleiro da Enseada do Paraguaçu é um dos maiores investimentos estruturantes para a economia baiana dos últimos 30 anos. Com um investimento de R$ 2 bilhões e perspectivas de gerar oito mil empregos diretos, faz parte de um tripé de unidades produtivas que formam o Polo Naval. A outra unidade é o canteiro de São Roque do Paraguaçu. A terceira é formada por quatro novos canteiros de obras para construção de plataformas, na Baía de Aratu, previstos para o segundo semestre de 2011.
O Complexo Logístico Intermodal Porto Sul é outro grande projeto estruturante da economia baiana e engloba, dentre outros empreendimentos, o novo aeroporto internacional de Ilhéus, uma zona de apoio logístico, uma área industrial e dois terminais portuários, sendo um público e outro privado.
Mineração
Quinto maior produtor mineral do Brasil, em curto prazo, a Bahia deve alcançar a quarta posição com a entrada dos novos empreendimentos previstos para 2010-2012. “Por ser o estado brasileiro mais bem estudado, geologicamente falando, as perspectivas futuras são as melhores possíveis, pois diversos empreendimentos estão previstos para serem implantados no estado, destacando-se os ligados ao ferro, ao ouro, ao vanádio, à gipsita”, destacou o diretor técnico da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Rafael Avena.
A Bahia é o maior produtor de urânio, cromo, barita, magnesita, talco e salgema, o segundo em cobre, bentonita e, a partir deste ano, em níquel, o terceiro em ouro, além de diversos outros bens minerais produzidos por mais de 350 empresas. E atualmente o estado brasileiro com maior potencial em termo de novas minas do Brasil.
Com a entrada em produção da mina de bentonita em Vitória da Conquista, da mina de níquel da Mirabela e com a previsão de entrada em produção das minas de ouro de Santa Luz e do vanádio em Maracás – todas as áreas arrendadas pela empresa e que devem render royalties –, já em 2011 a CBPM se tornará autossuficiente em termos de investimento.
Ebal atinge a marca de 300 lojas
A Empresa Baiana de Alimentos (Ebal) atingiu este ano a marca de 300 lojas em todo o estado, sendo a segunda colocada, alcançando mais de 24% em crescimento em vendas, de acordo com a revista Exame, em edição especial das Melhores e Maiores Empresas do Brasil (julho de 2010).
A recente reestruturação econômica da Ebal proporcionou um salto no faturamento de R$ 205,5 milhões para cerca de R$ 500 milhões a partir de 2008, o que representou um crescimento de 135%.
Junta Comercial – 160 anos se renovando
Uma das mais antigas do Brasil, a Junta Comercial da Bahia completa 160 anos e continua se modernizando. Dona do maior banco de dados empresariais do estado e responsável pela abertura, em média, de 40 mil empresas/ano, ela também terá a missão de legalizar a pessoa que trabalha por conta própria e transformá-la em um empreendedor individual, com direito à cobertura da Previdência Social, crédito diferenciado, registro no CNPJ e emissão de nota fiscal.
Ibametro – sisal certificado
O Instituto Baiano de Qualidade Industrial (Ibametro) certificou a Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira (Apaeb), com sede em Valente, com o Selo de Qualidade Inmetro para a fibra beneficiada de sisal.
A certificação é uma conquista do pequeno produtor rural baiano, que a partir de agora está qualificado para vender o produto para o exterior. O Brasil é o maior produtor e exportador de fibras de sisal do mundo, sendo que a Bahia concentra 90% da produção nacional.